Dois transtornos que caminham de mãos dadas e que podem ser desencadeados um pelo outro. Excluindo-se as situações em que decorrem de doenças do foro psicopatológico, ambos são considerados na análise Jungiana e Psicoterapia Transpessoal como sintomas causados por problemas e questões emocionais reprimidas e não resolvidas.
Ambas acarretam alterações na bioquímica cerebral e no equilíbrio hormonal; tanto o medo excessivo e continuado (ansiedade) como a tristeza excessiva e continuada (depressão) são psicossomatizadas pelo corpo e diminuem a funcionalidade do sistema imunitário, abrindo assim a porta a uma série de doenças fisiológicas.
Nos períodos de tensão excessiva, as glândulas suprarrenais elevam a produção do cortisol, noradrenalina e adrenalina. Esse conjunto de fatores eleva o nível de açúcar no sangue, diminui a produção de insulina e a constrição dos vasos sanguíneos e acelera a frequência cardíaca.
Vários são os estudos que comprovam a relação entre elevados níveis de cortisol e o aumento da probabilidade de ocorrerem vários problemas de saúde, nomeadamente: problemas cardiovasculares, fraca retenção de memória e foco de atenção, obesidade e dificuldade em manter o peso ideal, problemas gastrointestinais, Diabetes, imunossupressão, dores musculares e articulares, queda de cabelo, alteração do sono, questões de tiroide, e até, problemas oncológicos.
Diferente da abordagem clinica, a abordagem transpessoal considera três fases muito específicas para a superação deste estado: a autoconsciência, a transformação e a atualização. Ao olhar-se a pessoa como um todo e ao considerar-se todas as dimensões quer verticais (corpo, mente e espírito) quer horizontais ( todas as áreas da vida – passado, presente e futuro), é possível descobrir o que está a causar os sintomas ansiosos ou depressivos e o caminho para as suas superações.
O processo terapêutico é único e irrepetível uma vez que lidamos com a subjetividade e individualidade inerentes a cada pessoa e a cada história. É na parte mais inacessível do inconsciente de cada um de nós que residem as ferramentas para a transformação e gestão emocional.
Difunde-se hoje muito a moda da perfeição, da felicidade permanente, do pensamento sempre positivo, da cocriação sem limites, e de um estado irreal de desapego, tranquilidade e beatitude moral na qual há sempre quem garanta saber o que vai resultar para todos. Frequentemente a expectativa inconsciente e consciente do cliente é alcançar esse estado e nunca mais sofrer.
O resultado é assim contrário a qualquer evolução, pois sempre que a roda da vida girar e um ciclo mais desafiante surgir, o individuo sente-se como que traído, frustrado e insuficiente – o que levará sempre ao reforço da imagem negativa que tem sobre si mesmo e das suas crenças limitantes, instalando-se gradualmente como respostas automáticas de defesa a necessidade de controlo extremo e/ou a desesperança aprendida.
Ao desenvolvermos o autoconhecimento, o objetivo é ganharmos resiliência e capacidade de gestão emocional quando confrontados com as inevitáveis situações que são parte integrante dos ciclos da vida:
• fases de apatia e desânimo;
• períodos de frustração;
• problemas no relacionamento afetivo;
• pensamentos negativos em relação a tudo e a todos;
• sensação de que se está preso nos mesmos comportamentos, sobretudo nos que causam infelicidade;
• ajudar a passar por momentos de mudanças significativas na vida, sejam no campo afetivo, social ou profissional;
• ajudar a encontrar um propósito de vida, para quem busca um sentido mais profundo de viver;
• ajudar em momentos em que a sensação é de que se está “perdido” e sem saber o que fazer.
"O principal objetivo da terapia psicológica, não é transportar o paciente para um impossível estado de felicidade, mas sim ajudá-lo a adquirir firmeza e paciência diante do sofrimento. A vida acontece num equilíbrio entre a alegria e a dor. Quem não se arrisca para além da realidade jamais encontrará a verdade." Carl Gustav Jung
Cristina Fernandes
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